Nos passados dias 9, 10 e 11 de Novembro, Coimbra foi palco do primeiro festival Lux Interior, um projeto da editora Lux Records que pretende não só dar a conhecer o seu extenso trabalho ao longo das ultimas duas décadas mas também homenagear o emblemático Lux Interior (líder dos Cramps) pela sua influência e inspiração a várias bandas da nossa cidade.
Foram três dias de pura celebração à musica que passaram pelo Convento de São Francisco e que, para além de contaram com concertos por parte de bandas tão conceituadas como por exemplo Mão Morta e Sean Rilley and the Slowriders, contaram com a exebição de documentários, um mercado de discos de Vinil e CD, uma exposição com as capas dos discos editados pela Lux Records, showcases e palestras relativas à música em Coimbra.
Para além da exposição das capas, da feira de discos e do atelier de construção de instrumentos musicas de Cândido Jacob, que se prolongam durante todo o festival, o primeiro dia contou com a exibição do documentário “The Parkinsons: A Long Way to Nowhere” de Caroline Richards durante a tarde e, a encerrar o dia, com as atuações de The Millions, numa muito energética apresentação do seu disco de estreia “Internal Combustion”, e do duo Ghost Hunt que envolveram por completo o público com as suas composições eletrónicas num concerto de celebração do lançamento do seu primeiro vinil.
O segundo dia do festival arrancou com a exibição do documentário “Rockumentário” de Sandra Castiço e ficou marcado pela a presença de veteranos do mundo da musica no palco do Grande Auditório. Raquel Ralha e Pedro Renato contam com mais de 20 anos de experiência e percurso por diversos projetos mas foi em 2016 que se juntaram para criar aquilo que resultou em “The Devil’s Choice vol.1”, um album de covers que apresentaram com toda a alma e deixaram o publico completamente rendido. Sean Rilley and the Slowriders são uma daquelas bandas que dispensa introduções e presentearam os fãs com um concerto notável onde revisitaram “Farewell”, o seu album de estreia que completa agora uma década com direito a uma re-edição em CD, uma versão em vinil e uma tour a nível nacional.
Sábado, dia 11 de Novembro, foi talvez o dia mais preenchido da agenda e aquele que maior publico atraiu aos espaços do Convento apesar de marcar também o fim desta edição do Lux Interior. Durante a tarde, para além das atividades permanentes já mencionadas, houve um showcase de António Olaio e João Taborda e foi exibido o documentário “Filhos do Tédio” de Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda. A abertura da noite ficou a cargo dos D30 (the trio, “sucessores” dos saudosos Tédio Boys) que assinalaram o lançamento em vinil do album Exposed e cujo concerto teve tal presença e energia que a certa altura nem o palco os conteve nem muitos dos presentes conseguiram evitar saltar das cadeiras para dançar!
Assinalando o 25º aniversário do seu quarto album “Mutantes S.21” e aquele que os tornou plenamente conhecidos do publico nacional, subiram a palco os Mão Morta que apresentaram um poético e profundo espetáculo como só eles são capazes que acabou com a totalidade da audiência a aplaudir de pé e encerrando assim o festival com uma chave de ouro.
Fotografias e Texto: Olavo Costa